Tarocchino Montieri - Anima Antiqua

Tarocchino Montieri - Anima Antiqua

Tarô importado e histórico de Diácono Luigi Montieri publicado pela editora Lo Scarabeo.
Contém 62 cartas. Acompanha um livreto com explicações em Português, Espanhol, Francês, Inglês, Italiano e Russo.

Sobre o produto

Versão numerada e limitada de 2999 cópias.

Reprodução do baralho criado pelo Diácono Luigi Montieri em 1725 em Bolonha.

O Tarocchino Bolognese de Luigi Montieri é um dos mais raros baralhos ainda existentes no mundo. A razão dessa raridade é uma das razões de interesse desse baralho, pois de forma exemplificativa revela a relação conflituosa entre os Tarôs e a Igreja Católica na história. De fato, por ordem do Cardeal Ruffo, Bispo de Ferrara e Legado Papal de Bolonha, em 12 de setembro de 1725, esse baralho de Tarô foi proibido e qualquer cópia dele foi incendiada.

O Tarocchino é uma variante dos Tarôs de apenas 62 cartas espalhadas no centro da Itália, especialmente em Bolonha e Florença. Comparadas aos Tarôs tradicionais, as cartas de 2 até 5 de cada naipe não existem.

O título comprido deste baralho, como foi publicado, era O Útil com Dileto, ou seja, Geografia entrelaçada no jogo dos Tarôs, com as insígnias dos ilustríssimos e excelsos senhores Gonfaloneiros e Anciãos de Bolonha. Na verdade, não era um baralho dedicado ao jogo, mas um baralho educacional, chamado 'geográfico', que continha escrito nas cartas, informações de todos os tipos relacionadas à geografia, política e heráldica, vistas com os olhos de um erudito do século XVIII.

As razões que levaram o Cardeal Ruffo a incendiar esse baralho de Tarô não tinham nada a ver com aspectos religiosos ou morais, já que em 1725 os Tarôs, ainda sem uso divinatório, eram usados para jogo de apostas. As razões eram puramente políticas, explicitamente ligadas à descrição de Bolonha como um governo misto. 

Em 15 de agosto de 1725, Montieri enviou uma carta ao marquês Gianpaolo Pepoli expressando o conceito de que muitas coisas 'bonitas de conhecer' foram apresentadas nos Tarôs, mas que estas não impediam que se pudessem adicionar-lhe outras 'não menos bonitas e talvez mais úteis'. Montieri acrescentou novas ideias aos Tarôs para dar conhecimento de geografia e colocar sob os olhos da juventude as insígnias das famílias nobres. Ele, portanto, descreveu sua intenção "[...] que seja um motivo para aqueles que jogam a se comportarem honestamente no jogo e imitarem seus ancestrais pelas ações gloriosas [...]".

O idealismo de Montieri se chocou com a censura do Cardeal Ruffo.

Nos registros dos arquivos do Estado, pode-se encontrar o que foi escrito pelo Cardeal Ruffo, referindo-se aos documentos: 'as impropriedades e as ideias vãs que são reconhecidas como ofensivas ao governo'.